quarta-feira, 27 de abril de 2011

Compartilhando pela primeira vez uma leitura


Este post é fruto de uma provocação feita há muito tempo pela Barbara (bee) Dieu sobre as minhas leituras, aliás, muitas pessoas não sabem, mas eu acabei transformando o trânsito num 3º lugar (o terceiro espaço-tempo que ficamos ao longo do dia numa cidade grande), e acabei treinando o cérebro e lendo no carro, mas isto será tema para outro post. O importante agora é que resolvi compartilhar a última leitura que fiz e algumas reflexões sobre o livro.

Vou falar um pouco aqui sobre O Capitalismo na Encruzilhada, de Stuart L.Hart. Para muitos este é um livro e um autor referência em Sustentabilidade, de fato é, porém, não espere que seja uma publicação voltada à Sustentabilidade Ambiental, como muitos tem tratado, abrindo um parêntese, você já fez uma busca em vagas de emprego para esta a área? Eu diria que 99% das vagas são voltadas para a área de meio ambiente, como se fosse só isso. 

Em grande parte do livro Hart foca sua abordagem no olhar voltado para a Base da Pirâmide – BP, as oportunidades de negócios que podem ser geradas a partir da pobreza, porém, Stuart não traz a visão dita capitalista de criação de produtos e serviços para extrair dinheiro dos pobres, mas sim, criar soluções a partir da observação dos padrões de interação entre as pessoas, seja em suas relações com outras ou com o ambiente onde estão inseridas. Encontrei muitas referências práticas de uso do Design Thinking, tema que abordarei em outro post, mas que basicamente é o Design centrado no ser humano, esta uma “ferramenta” poderosa que pode provocar mudanças na sociedade.

Mas gostei de um ponto muito interessante que Stuart Hart traz no último capítulo e que me identifiquei logo de cara, pois é ilustrado com exemplos de fracassos reconhecidos por empresas, que é a inovação. Ele recomenda que ao ser criada uma área como esta, ela não deva ser tratada como qualquer departamento tradicional, não deve ficar presa as métricas tradicionais, aos métodos desenvolvidos pelas teorias do planejamento, estipulando metas, indicadores quantitativos para a criação de produtos e/ou serviços. Deve ser criada como um “ponto de cegueira” dentro das empresas, um espaço que permita ser criativo, que observe os padrões de interação, que capte tendências e as visões da sociedade, para então desenvolver soluções que de fato façam sentido para as pessoas, muito ao contrário do que o marketing tradicional prega “criar a necessidade, o desejo nos indivíduos e sacia-los”.

Enfim, este é um dos livros que entram para a galeria de bibliografias recomendadas para você que quer entender um pouco mais sobre inovação social, design thinking, sustentabilidade e o trabalho em comunidades. Não só pessoas que estão em empresas, mas principalmente, profissionais do chamado Terceiro Setor deveriam o ler.


quinta-feira, 31 de março de 2011

Começando a aventura

Há um bom tempo eu venho ensaiando a criação deste blog, e finalmente este dia chegou, mas não sei até quando irá durar.

O blog nasce de um grande desejo de escrever sobre coisas que leio, que penso, que vivo. Uma forma de encorajar, de despertar uma grande vontade de publicar um livro, um dia quem sabe, mas que possa ser um toque inicial.

Mas e por onde eu iria começar? Foi duro encontrar o fio-da-meada, gostaria de escrever coisas sobre muitos assuntos, mas ao mesmo tempo não conseguia ter um foco, mas eis que neste processo de encorajamento eu decidi "vou escrever o que penso, o que estudo autodidaticamente". É aí que no estágio atual de minha vida veio à tona escrever um Blog sobre a Inovação Social, algo que começa a ser tão falado, mas que hoje não está claro para todos o que é. Esta tomada para a ação se inicia ao ver hoje uma matéria publicada na revista Sustentabilidade, cuja reportagem traz em seu título Inovação Social e fala das adoções de programas educacionais, culturais e sustentáveis de uma empresa do setor de seguros. Mas que raios de inovação a reportagem apresenta? Nada mais é do que uma ação social desenvolvida por ONGs, nos mesmos padrões, nos mesmo moldes tradicionais. Pior ainda, na reportagem em nenhum momento cita que o voluntariado corporativo e outras práticas, estão trazendo para a empresa uma nova madeira de enxergar a sociedade, de desenvolver negócios para e com a sociedade.

Pois é meus amigos, creio que há uma série de equívocos cometidos por aí, aliás, mais uma série como muitos que colocam as embalagens da Responsabilidade Social Corporativa, da Sustentabilidade, da Inovação e tantos, mas que na verdade não modificam realidades, padrões, comportamentos em absolutamente nada.

Enfim, espero encontrar tempo para postar coisas pelo menos uma vez ao mês sobre estes assuntos.

Espero que gostem!